Vinho na Época de Cristo
O vinho é tão presente na Bíblia, que, em todo o Velho Testamento, o Livro de Jonas é o único onde não encontramos nenhuma referência ao assunto. Ao fim do dilúvio, ao que consta, a primeira coisa que Noé fez foi plantar uma vinha. Não surpreende que o vinho tenha sido a bebida escolhida para a Última Ceia...
Essa é uma bebida que acompanha a evolução da humanidade há, pelo menos 6.000 anos. Mas terá sido ela sempre meio parecida? Como será que era o vinho, por exemplo, da época de Cristo e seus discípulos?
Começando pela cepa, há enorme controvérsia sobre quais cepas existiam ou não naquela época. Mas há um consenso de que, na região de Jerusalém, a variedade dominante era uma ancestral da uva que hoje chamamos Syrah, originária da Pérsia.
A alta sociedade romana tinha uma clara preferência pelo vinho branco e doce, mas os moradores das regiões palestinas preferiam vinho tinto. As menções bíblicas ao vinho, que são muitas, são sempre relacionadas ao vinho tinto.
Segundo as práticas da época, após a colheita as uvas eram pisadas por escravos, e, após a fermentação, vinhos diferentes eram produzidos para estratos diferentes da sociedade. Adicionavam-se ao vinho, àquela ocasião, mel, água, ervas, especiarias, além de pó de mármore, clara de ovo...
Parte dos vinhos, inclusive, era exposta à ação da fumaça, o que daria um sabor defumado típico.
Somente os melhores vinhos, puros e sem aditivos, eram separados por um período, para que a ação do tempo os tornasse mais aprazíveis. E esse vinho, puro e levemente envelhecido era o vinho utilizado nas celebrações religiosas.
Dessa maneira, podemos tirar algumas conclusões, claro que sem nenhuma prova contundente de veracidade, à respeito de como era o vinho na época de Cristo. Um vinho tinto de uma uva parente da Syrah, que, em se tratando de celebrações religiosas, era levemente envelhecido e sem os aditivos costumeiros.
Mas é o limite que nos permite a distância histórica. Qual era o sabor desse vinho, talvez nunca saberemos...
O que sabemos é sobre nossa paixão pelos vinhos e nosso profundo respeito à crença de cada um, independente de qual seja.
Fonte:tintos e tantos