Mau tempo deve gerar menor safra de vinhos na Itália desde 1950
O mau tempo na Itália teve efeitos nefastos sobre a produção de vinho do país: espera-se que a safra deste ano seja a menor desde 1950.
Segundo a associação italiana de agricultores Coldiretti, serão produzidos 4,1 bilhões de litros, 15% a menos do que no ano passado.
Se confirmada, está será a menor produção dos últimos 64 anos e fará com que a Itália perca o posto de maior país produtor de vinho para a França.
Outros produtos agrícolas tipicamente italianos, como o azeite de oliva, também estão sendo afetados.
O culpado pela queda de produção é o clima atipicamente úmido do verão italiano.
Para obter um bom produto, os vinicultores precisam de sol, o que aumenta as concentrações de açúcar na fruta, e de pouca umidade antes da colheita, para evitar fungos e doenças.
Em setembro, fortes tempestades prejudicaram os vinhedos justamente poucas semanas antes da colheita.
Trombas d’água
As vinícolas do norte do país, em regiões como Piemonte, Lombardia, Veneto e Oltrepò Pavese, foram especialmente atingidas.
Sicília, Apúlia e Calábria, no sul da Itália, também sofreram com o clima fora do normal.
A Coldiretti atribui os problemas às mudanças climáticas. "O clima está se alterando.
Tempestades e trombas d’água mais frequentes põem à prova os agricultores", comentou um porta-voz da associação.
O problema afeta também um outro produto tipicamente italiano: o azeite de oliva.
A produção de azeitonas na Itália deverá cair 30% este ano, para cerca de 300 mil toneladas.
O setor agrícola é importante para a economia italiana.
Só a produção vinícola italiana envolve cerca de 200 mil empresas e teve no ano passado um faturamento de cerca de 9,5 bilhões de euros (cerca de 29 bilhões de reais).