Robert Parker: “Nunca vou me aposentar”
Depois de desistir de fazer as provas de Bordeaux en primeur, o mais influente crítico do mundo fez questão de desmentir os rumores sobre sua possível aposentadoria
Aos 67 anos, a expectativa sobre a aposentadoria de Robert Parker, o mais influente crítico de vinhos do mundo, aumenta a cada ano que passa. Recentemente, ele vendeu parte da Wine Advocate (seu site de avaliações de vinho) e agora anunciou que desistiu de fazer as provas en primeur (degustação dos vinhos antes de estarem prontos) de Bordeaux, sendo substituido na tarefa por Neal Martin, um dos críticos com que trabalha na publicação. Com os rumores sobre sua aposentaria aumentando, Parker, contudo, fez questão de afirmar que nunca vai deixar o mercado de vinhos. “Não tenho intenção de me aposentar. Morrerei na estrada ou desmaiar em alguma vinícola. Aposentadoria é a fórmula para a morte”, afirmou.
Parker disse que vai continuar a degustar Bordeaux, mas não en primeur. Uma de suas metas é fazer uma retrospectiva sobre a safra 2005, considerada uma das mais importantes dos últimos anos. Além disso, ele afirmou que não pretende parar de degustar os vinhos do vale do Napa e Sonoma. “Adoro degustar. Vou sentir saudado do en primeur, o desafio de tentar descobrir uma nova safra – você sempre é um aluno, tenho feito isso há 37 anos, Neal por 18, mas toda nova safra traz algo novo. Mesmo 2014 ainda mostra surpresas, não importa quanta experiência você tenha”, afirmou.
Parker degustou todas as safras de Bordeaux en primeur desde 1978 e fez fama na safra 1982 (para saber mais clique aqui). Apesar disso, ele disse que confia plenamente em Martin para a tarefa: “Tenho total confiança na independência de Neal, sua ética de trabalho e habilidades”.
Em uma coletiva de imprensa, o crítico aproveitou para dizer que o mundo do vinho mudou completamente desde 1978. “Nada ficou na mesma. Na primeira edição de Wine Advocate, resenhei 300 vinhos. Na que fez minha fama, em 1982, resenhei 600. No ano passado, o time da Wine Advocate fez 29 mil resenhas. Houve uma melhora de qualidade no mundo. Quando comecei, menos de 1% dos vinhos de Bordeaux eram bons. Margaux era medíocre. Agora tudo é muito melhor, pois há uma competição intensa”, disse.
Original: http://revistaadega.uol.com.br/artigo/robert-parker-nunca-vou-me-aposentar_10187.html#ixzz3UgJ3iPf9