Durante quanto tempo se podem guardar os vinhos



O envelhecimento é uma fase importante para quem deseja possuir uma adega seletiva. Porém, é necessário saber reconhecer os vinhos que melhor se prestam a um envelhecimento e interrogar-se acerca da sua duração de vida e do momento em que em que alcançam o seu apogeu.

Só uma pequena quantidade de vinhos merece envelhecer em garrafas. A maior parte do vinho branco rosé bebe-se durante o ano que se segue ao engarrafamento, ou, no máximo, dois anos mais tarde. Assim a maior parte dos vinhos brancos secos aprecia-se na sua juventude, enquanto se mantém a sua frescura. Os vinhos mais correntes, tintos pouco taninosos ou brancos harmoniosos e frutados elaboram-se para serem consumidos jovens, em semanas ou poucos meses seguintes ao seu engarrafamento. Como é lógico, os vinhos que se vendem em contentores ou em recipientes que não sejam garrafas não são adequados para guardar. O mesmo acontece com os vinhos correntes.

Apogeu e longevidade  

Não se deve confundir apogeu com longevidade. O apogeu é o momento em que o vinho alcança a exaltação das suas qualidades gustativas. Assim que tiver ultrapassado este período, embora se possa consumir, começa no entanto o declínio e já não oferece a mesma impressão de plenitude. Intervém então a noção de longevidade. Quando o vinho é demasiado magro ou descarnado, chega ao fim da sua vida.

Tipos de vinho para guardar: 

Brancos 

Em primeiro lugar, estão os brancos estagiados em pipas de carvalho. O ligeiro tanino adquirido durante a sua permanência nestes recipientes dá um certo suporte taninoso que lhes permite evoluir mais e amadurecer melhor ao longo de vários anos.

Em segundo lugar, figuram os vinhos brancos obtidos por fermentação em pipas de carvalho. É o caso de muitos vinhos elaborados a partir de castas regionais que estagiam com as suas borras (leveduras); trata-se sempre de vinhos de qualidade, de categoria e de classe.

Em terceiro lugar, situa-se um grupo de vinhos brancos que envelhecem e melhoram na garrafa, é o caso de alguns vinhos doces e licorosos.

Tintos
  
Os vinhos tintos nobres são, geralmente mais aptos para o estágio e envelhecimento em garrafa, no interior de uma cave ou de uma adega.

Os vinhos tintos provenientes de clima quentes envelhecem mais rapidamente que os provenientes de zonas mais frias. Isso está relacionado com a acidez, que no caso das zonas frias é bastante elevada e ajuda a conseguir uma lenta e mais perfeita maturação do vinho em garrafa. Os vinhos elaborados com castas facilmente oxidáveis, adquirem muitas vezes, uma cor vermelho tijolo e tendem a desenvolver, em poucos anos, aromas de oxidação que recordam os vinhos licorosos.

Os tintos de cor intensa, ou seja com maior riqueza em matéria corante, costumam necessitar de mais tempo para envelhecer que os vinhos mais ligeiros e com menos cor.

Fonte: José Carlos Santanita

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