CHAMPANHE DOM PERIGNON

Por Orlando Iglésias


Dom Perignon não é um Champanhe, é por si só uma lenda. Ele representa toda a história dos vinhos da região de Champanhe. Dom Perignon foi o Monge da Abadia de Haut-Villiers, que no século XVIII, teve a feliz ideia de efetuar a segunda fermentação na garrafa tapando-a com a rolha de cortiça, de invenção dos seus correligionários Catalãos.

O Champanhe Dom Perignon, se não o melhor, é pelo menos o mais conhecido mundialmente. Champanhe dos novos-ricos, e há que velos deliciarem-se com este champanhe tão nobre, bebendo-o a temperaturas inadequadas, com iguarias inadequadas e em copos inadequados.

O Champanhe dos Americanos, em 1936 a quase totalidade da “Couvé” foi oferecida aos agentes importadores americanos, e isto resultou numa enorme campanha de marketing, passando os americanos a ser os maiores consumidores do mundo de Dom Perignon. As demandas são raramente satisfeitas na sua totalidade, ainda que a produção de Dom Perignon seja mantida em segredo, estima-se em mais de 200 mil garrafas de Dom Perignon produzidas em cada ano Vintage / média, o que equivale a 10% da produção total da Moet Chandon.

O Champanhe Dom Perignon tem uma raça especial, quem o prova uma vez nunca mais o esquecerá. Mas atenção beba-se a temperaturas não muito baixas, os champanhes Vintages como é o caso devem ser bebidos a temperaturas entre os 9 e 11 graus, temperaturas mais altas para os vinhos mais velhos.

SOLOS
Os solos são calcários.

CASTAS
Chardonnay e Pinot-Noir, produzidas nas melhores proveniências da região de Champanhe: Bouzi, Ay e Crement.

CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS E OUTRAS
Teor alcoólico 12% por volume / média;
Cor palha dourada;
Aroma evolutivo, complexo, terciário, apresentando algum frutado;
Sabor seco, acídulo, evolutivo macio, “Bruto”, elegante, fino.

MELHORES ANOS

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os bons Champanhes podem ser bebidos até 30 anos de idade, o que me parece o limite máximo, e não antes dos 10 anos de idade. Se me é permitida a expressão, tal com os vinhos do Porto Vintage. Agora põe-se a questão; 10, 20, ou 30 anos, esse factor depende muito dos anos de colheita, e por consequência com as características dos vinhos.

1959: Grande ano, como dizem os franceses “chef-d´ouvre”, muito equilibrado, borbulha muito fina, o Champanhe dos Grandes empresários, como o Agostinho da Silva da Torralta;
1961: Outro grande senhor, encorpado, subtil e fino;
1969: Muito fresco, aromático, evolutivo e equilibrado;
1978: Grande vinho, equilibrado, conservando ainda aromas primários, evolui admiravelmente para os terciários, sabor evolutivo conservando muita frescura e juventude;
1980: Aroma primário com evolução, sabor fresco, com estágio um grande champanhe;
1982: Grande Vintage, para guardar, começou a dar a sua cara em 2000;
1985: Outro grande Vintage opulento, diria bruto.
1988: Vintage que ainda pode demonstrar todas as suas qualidades hoje em dia;
1990: Opulento, demonstrou todos os seus encantos em 2005;
1992: Outro grande champanhe, o ano correu de feição em toda a região do champanhe.
1993: Raramente a região de champanhe produz bons champanhes dois anos seguidos, este foi o caso, muito parecido ao de 1992
1995: Foi um ano excepcional, em quase toda a Europa, produziu champanhes com muito carácter, muito frutados e elegantes;
1996: Um grande Vintage, atingiu o seu esplendor em 2008;
1998: Não chegando aos pergaminhos de 1995, fez a delícia dos champanófilos;
1999: Ano parecido ao ano 1998;
2000: A viragem do século brindou-nos com um grande Vintage, está agora no apogeu;
2002: A grande entrada no século XXI, com um champanhe robusto, mas austero, começa agora a demonstrar todas as suas virtudes
2003: Grande ano para região de champanhe, apresentou vinhos muito frutados e de envelhecimento rápido. Esta agora a demonstrar todas as suas qualidades;
2004: Ano muito bom, este champanhe Aida necessita mais tempo em garrafa, espera-se um grande Vintage.
Dom Perignon produz champanhe rosé a partir de 1959, 1962, 1964, 1966, 1969, 1971, 1973, 1975, 1978, 1980, 1982, 1985, 1986, 1988, 1990, 1992, 1993, 1995, 1996, 1998, 2000, 2002, 2003. .

Nota: A medida que os champanhes vão envelhecendo, vão perdendo gaz carbónico e os ácidos málicos vão-se transformando em ácidos lácticos, pelo que as temperaturas para apreciá-los sobem. Assim um champanhe com mais de 15 anos não deve ser bebido a menos de 12º C., com pena de perda de parte das suas características organolépticas.

PROPRIEDADE
A propriedade pertence a Moet-Chandon.
LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A.

Orlando Iglésias /Maio 2014.

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